Oluwatosin Tolulope Ajidahun aponta que o ambiente doméstico, muitas vezes considerado seguro, pode esconder ameaças silenciosas à saúde reprodutiva. Produtos de limpeza, cosméticos, plásticos e até materiais de construção liberam substâncias químicas conhecidas como poluentes domésticos. Quando presentes em excesso, esses compostos interferem no sistema endócrino, alteram a qualidade dos gametas e dificultam tanto a concepção natural quanto os resultados de técnicas de reprodução assistida.
A fertilidade humana depende de um delicado equilíbrio hormonal, e a exposição contínua a poluentes pode desequilibrar esse sistema. Entre os compostos mais preocupantes estão os ftalatos, o bisfenol A (BPA), os solventes voláteis, metais pesados e as fragrâncias sintéticas. Todos eles estão relacionados a alterações na ovulação, na espermatogênese e na receptividade endometrial, tornando o tema essencial para casais que enfrentam dificuldades para engravidar.
Poluentes domésticos e a fertilidade feminina
De acordo com Tosyn Lopes, a exposição prolongada a poluentes domésticos está associada a irregularidades menstruais, falhas na ovulação e maior risco de endometriose. Substâncias como os ftalatos, presentes em plásticos e cosméticos, podem atuar como desreguladores endócrinos, imitando ou bloqueando hormônios essenciais ao ciclo reprodutivo.

Ademais, compostos tóxicos acumulados no organismo afetam a qualidade dos óvulos e comprometem o ambiente uterino, dificultando a implantação embrionária. Estudos apontam que mulheres com maior contato com solventes, pesticidas domésticos e aerossóis apresentam taxas reduzidas de sucesso em ciclos de fertilização in vitro, reforçando a necessidade de vigilância nesse aspecto. Outro fator preocupante é a possível relação entre exposição a retardadores de chama presentes em tecidos e uma menor receptividade endometrial.
Impactos dos poluentes na fertilidade masculina
Os efeitos não se limitam às mulheres. A exposição a poluentes domésticos pode reduzir a concentração, a motilidade e a morfologia dos espermatozoides. Substâncias como o BPA, encontrado em plásticos reutilizáveis e embalagens, estão associadas a alterações no DNA espermático e a maior fragmentação genética. Esses fatores reduzem a viabilidade embrionária e aumentam o risco de abortos espontâneos.
Outro ponto importante é o papel do estresse oxidativo. Muitos poluentes induzem a produção excessiva de radicais livres, danificando as membranas celulares e prejudicando a qualidade seminal. Tosyn Lopes informa que, a longo prazo, essa exposição pode comprometer de forma significativa a fertilidade masculina, mesmo em homens jovens e aparentemente saudáveis. Há também indícios de que a exposição prolongada esteja ligada a maior incidência de variações epigenéticas, que podem afetar a saúde da prole.
Estratégias de prevenção e redução da exposição
Tosyn Lopes salienta que pequenas mudanças no cotidiano podem reduzir consideravelmente o contato com poluentes domésticos. Substituir plásticos por recipientes de vidro ou aço inoxidável, optar por cosméticos livres de parabenos e ftalatos e priorizar produtos de limpeza menos tóxicos são medidas eficazes.
Outra estratégia importante é ventilar adequadamente os ambientes, diminuindo a concentração de compostos voláteis no ar. Além disso, a leitura atenta dos rótulos ajuda a identificar substâncias nocivas e a fazer escolhas mais seguras para a saúde reprodutiva. É recomendável também evitar aquecer alimentos em plásticos, reduzir o uso de velas perfumadas sintéticas e dar preferência a tecidos naturais, menos expostos a processos químicos. Essas ações, apesar de simples, podem impactar positivamente os resultados de quem busca engravidar.
Importância do acompanhamento especializado
Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a identificação da influência dos poluentes domésticos na fertilidade exige atenção multidisciplinar. Ginecologistas, andrologistas e especialistas em reprodução assistida devem considerar o histórico ambiental do casal como parte da investigação clínica.
Esse cuidado permite não apenas diagnosticar causas ocultas de infertilidade, mas também orientar medidas preventivas que favorecem a concepção. Ao reduzir a exposição a poluentes, o organismo encontra melhores condições para equilibrar os hormônios, preservar a qualidade dos gametas e aumentar as chances de uma gestação saudável. Dessa forma, compreender a interação entre meio ambiente e saúde reprodutiva é uma estratégia indispensável para ampliar as possibilidades de sucesso.
Autor: Maria Cunha
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.
